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0. Introdução: por que uma visão focada em produto muda a forma de fazer jornalismo?

  • Foto do escritor: suzanahrsouza
    suzanahrsouza
  • 28 de nov.
  • 2 min de leitura

O jornalismo vive um paradoxo: nunca houve tanta demanda por informação qualificada e nunca foi tão difícil sustentá-la. Em especial no contexto do jornalismo independente brasileiro, equipes pequenas, recursos limitados e pressão constante por entregas criam um ambiente em que inovar é urgente, mas estruturar processos parece impossível.


É nesse cenário que uma visão orientada a produto muda a forma de fazer jornalismo. 


Quando colocamos a entrega de valor ao usuário no centro — como propõem abordagens contemporâneas como o Change Journalism, a News Product Alliance ou o Solutions Journalism Network — deixamos de pensar apenas em conteúdos e passamos a pensar em experiências informativas. O foco se desloca do publicar para resolver necessidades reais, ampliar repertórios, fortalecer a autonomia do leitor e criar caminhos mais claros para impacto social.


No jornalismo de soluções, por exemplo, essa lógica já está presente: entender o que o público precisa para agir, decidir ou compreender o mundo é parte do próprio compromisso ético da profissão. Mas transformar isso em método de trabalho exige enfrentar um desafio ainda maior: como equilibrar as demandas do público, a responsabilidade editorial e as limitações práticas do dia a dia?


Para redações independentes, essa pergunta é especialmente difícil. 


A falta de especialistas em produto, a ausência de ciclos estruturados e a sobrecarga das equipes criam barreiras para testar ideias, medir resultados e iterar com consistência. A mudança cultural necessária não é trivial: organizações resistem a novas práticas, e a rotina de urgência dificulta qualquer tentativa de planejamento.


É justamente aqui que agilidade e inteligência artificial, usadas de forma ética e estratégica, se tornam aliadas. A agilidade oferece um caminho para priorizar o que importa, reduzir desperdícios e entregar valor continuamente. A IA, por sua vez, pode aliviar gargalos operacionais, apoiar análises e acelerar ciclos iterativos, sempre preservando o julgamento profissional do jornalista.


Este projeto propõe um framework prático, adaptado à realidade de equipes pequenas, para integrar princípios ágeis e uso estratégico de IA no desenvolvimento de produtos digitais jornalísticos. 


A intenção não é substituir processos editoriais, mas dar estrutura, velocidade e clareza para que redações independentes consigam inovar sem abrir mão de sua missão pública.

 
 
 

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