2. Importância da mentalidade ágil
- suzanahrsouza
- 28 de nov.
- 3 min de leitura
Quando a gente olha para a rotina das redações independentes, uma coisa fica evidente: quase ninguém tem equipe suficiente, dinheiro sobrando ou tempo livre para testar novas práticas. A sensação é sempre de correr atrás do prejuízo e, no fim do dia, sentir que trabalhou demais e entregou pouco.
É justamente nesse tipo de ambiente que a agilidade faz sentido. Não como um método cheio de cerimônias, mas como uma mudança de mentalidade.O ágil é, antes de tudo, um convite para trabalhar com mais clareza, mais prioridade e menos improviso.
Evangelizar é o ponto zero
Antes de falar de ferramentas, processos ou nomes complicados, sempre comece pelo porquê promover a mudança.E isso começa com uma pergunta simples: por que a gente está fazendo isso?
No vídeo acima, Simon Sinek explica o conceito do Golden Circle, no qual o propósito das ações está no centro da criação de empatia e ação.
Se o time não entende o porquê, nada escala. Por isso, entender a importância e explicar os princípios básicos — como comunicação regular, medição de progresso, apoio ao time e ajuste contínuo — é fundamental para que as pessoas percebam que a agilidade não é mais uma tarefa extra, mas uma forma de trabalhar com menos fricção
Pequenas práticas criam grandes mudanças
A agilidade pode (e deve) começar no simples. Nada de cerimônias pesadas que exijam um time completo de produto. Recomendamos o trabalho inicial com quatro práticas que cabem em qualquer redação, por menor que seja:
1- Kanban
O objetivo aqui é criar visibilidade e reduzir a ansiedade. A ferramenta pode ser usada para organizar ideias e histórias em progresso, atividades diárias, dinâmicas de organização em equipe.
Consiste em três colunas organizando o que será feito, o que está sendo feito e o que já foi feito.

2- Retrospectivas
O objetivo da prática é refletir e ajustar a rota antes de acumular problemas. Após uma semana intensa de trabalho ou no final de um projeto, reúna sua equipe e entenda a percepção de cada um sobre o processo e o resultado final.
Perguntas-chave podem ser usadas:
O que devemos parar de fazer, porque não está se mostrando eficiente?
O que devemos continuar fazendo, por que deu certo?
O que podemos começar a fazer, porque parece um bom teste?
3- Self check-ins
Olhar para si mesmo é um hábito essencial na hora de construir ritmos mais saudáveis dentro do ambiente profissional. Essa ferramenta te ajuda a perceber como você está chegando ao trabalho.
Pergunte-se:
Em uma escala de 1 a 5, como me sinto hoje? Por qual razão?
Qual é a tarefa (ou quais são as tarefas) que eu preciso finalizar hoje/esta semana para me sentir satisfeito com meu progresso?
4 - Timeboxing
Para construir ritmos mais sustentáveis e legitimar pausas, uma ferramenta importante é definir blocos de trabalho e respeitá-los.

O bacana é que essas práticas funcionam porque são acessíveis e não dependem de grandes investimentos ou aprovações externas.
O ideal é que a equipe toda faça e veja as vantagens da mudança de hábito, mas se só você está disposto a implementá-las, comece mesmo assim.
Ao praticar e receber os benefícios, você pode contar para seus colegas (ou superiores) o que deu certo, por que deu certo, e como você fez. É assim que começamos o processo de evangelização.
Começar pequeno é uma escolha estratégica
Uma aprendizagem importante do meu próprio processo foi entender que tentar mudar tudo de uma vez é o caminho mais rápido para o fracasso.
O que funciona é escolher uma prática, testar por 2 a 4 semanas, observar o impacto e ajustar.Esse ciclo curto gera resultados rápidos, cria confiança para expandir e convencer outros colegas a embarcarem no processo.
Neste link, apresento uma folha de trabalho (versão em inglês) onde você pode montar seu plano de ação para a mudança ágil – individualmente ou em grupo.

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