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1. Dados e pesquisas

  • Foto do escritor: suzanahrsouza
    suzanahrsouza
  • há 24 horas
  • 3 min de leitura

Para entender onde exatamente estão os gargalos na visão de produto no jornalismo, conduzimos uma pesquisa — entre 21 de agosto e 10 de setembro de 2025 — com jornalistas que já trabalham no desenvolvimento de produto ou têm vontade de se aventurar nesse campo. 


Não foi uma pesquisa focada só no jornalismo independente: a ideia era mapear padrões mais amplos do jornalismo, entender o que está funcionando e onde as equipes ainda travam. Ao todo, recebemos 27 respostas.


O que descobrimos sobre maturidade de produto


O que apareceu é um retrato bem conhecido por quem vive isso no dia a dia: times pequenos, sobrecarregados e com pouca especialização interna. A maioria trabalha em equipes de 3 a 5 pessoas, acumulando funções e tentando equilibrar operação, estratégia e entrega.


66%

foi a porcentagem de pessoas que disseram trabalhar com times de até 5 pessoas.  


Mesmo assim, só um pouco mais da metade dos respondentes disse que suas organizações têm algum tipo de estrutura formal de produto. E “estrutura”, aqui, muitas vezes significa algo bem básico: às vezes um fluxo criado por uma pessoa, às vezes um processo que existe mais na teoria do que na prática.


Essa percepção não foi exclusiva da nossa pesquisa. O levantamento The State of Product Management in Journalism: 2025 Census, publicado pela NPA em setembro de 2025, mostra que 47% dos entrevistados realizam trabalhos de produto informalmente, conectando as prioridades editoriais, de audiência e de negócios. Outros 26% disseram não saber ou acham que esse trabalho é feito “sem título ou recursos”.


Outro ponto importante: muita gente simplesmente não sabe como a empresa organiza o trabalho de produto. E se ninguém sabe, é sinal de que a estrutura não está clara.


Em resumo:

  • As equipes estão fazendo o possível com o que têm.

  • Mas falta método, clareza e espaço para iterar.

  • E sem isso, inovar vira uma mistura de improviso e esperança.


O que aprendemos sobre o uso de IA nas redações


Na mesma pesquisa sobre produto, também perguntamos sobre o uso de inteligência artificial nas redações. A tendência é clara: a IA já entrou nas redações, mas ainda de um jeito bem prático e pouco estratégico.


De acordo com o nosso levantamento, as pessoas usam IA principalmente para:


  • organizar informações

  • fazer resumos

  • pedir revisões 


A IA está sendo usada como uma forma de respiro em meio ao caos, o que faz total sentido para equipes pequenas.


Ao mesmo tempo, quase todo mundo fala sobre a mesma dor: falta confiança, falta formação e falta orientação clara sobre o que é ético, responsável e adequado. E sobre como utilizar a IA de maneira estratégica, para além das tarefas básicas.


A pesquisa Generating Change: The JournalismAI Report, publicada pelo JournalismAI em 2023, apontou para a baixa maturidade estratégica das redações. No levantamento, apenas 1/3 dos veículos disseram ter estratégia formal de IA. 


73% 

dos entrevistados pelo JournalismAI disseram enxergar as tecnologias de IA generativa como oportunidades para o jornalismo. 26% disseram que não. 


Outro ponto interessante é que o uso de IA para criação de conteúdo ainda tem pouca aceitação, e quando aparece, é sempre com supervisão humana. 


Há receio de que o uso de IA, especialmente IA generativa, aumente a produção de conteúdo raso ou clickbait, o que pode intensificar a perda de confiança do público no jornalismo, algo particularmente sensível em contextos em que a confiança já é baixa.

Isso mostra como a preocupação ética e editorial se mantêm um tema caro aos profissionais.


Por outro lado, nossa pesquisa também apontou para uma curiosidade crescente sobre IA para análise de audiência, automações e apoio à tomada de decisão — exatamente onde o jornalismo pode ganhar tempo sem perder critério.


A conclusão é que a IA já está dentro das redações e as equipes querem aprender a usar melhor as ferramentas, mas falta estrutura para fazer isso com segurança e propósito.


E é aí que entra este projeto, ao criar um modelo simples, ético e aplicável, que integra IA ao ciclo ágil do desenvolvimento de produto sem colocar em risco a essência do trabalho jornalístico.

 
 
 

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